ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES: É MITO OU TRAZ RESULTADOS?
- EFPG Consultoria & Treinamento

- 20 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Por muito tempo a religião e espiritualidade foram consideradas como singulares. Entendo que a religião pode levar a espiritualidade, mas não como único acesso. A palavra espiritual deriva do latim Spiritus, que significa “aquilo que dá vida ou vitalidade a um sistema”. É a espiritualidade vista como algo capaz de causar melhorias e não como ênfase religiosa.
O que dá vida ou vitalidade a um sistema, seja indivíduo ou organização, pode estar na capacidade de colocar os empreendimentos dentro de uma estrutura com maior significado ou propósito.
A parte espiritual que existe em nós nos impele a perguntar por que estamos fazendo o que fazemos.
A grandiosa empresa Accenture, a maior empresa de consultoria do mundo, recentemente escreveu uma cartilha afirmando que a estratégia para crescimento não pode ficar mais limitada a estratégia de Customer Experience. Esse modelo de atender a jornada do cliente já não é mais suficiente para manter o crescimento das empresas. É necessário fazer um upgrade para Business Experience, onde deve ser considerado, entre várias outras coisas, um propósito e a experiência do funcionário para impactar a jornada do cliente.
É um movimento de elevar o significado do trabalho através de um propósito a ser vivenciado e praticado.
Mas porque as experiências dos funcionários atreladas a esse propósito trariam melhores resultados para as empresas? Porque a função dos CEO´s de rentabilizar a empresa através das necessidades da própria empresa, passou a ser vista como a capacidade de satisfazer as necessidades humanas, sem perder rentabilidade e ferir a sustentabilidade. São os funcionários sensibilizados e envolvidos por um propósito, sejam eles do front-office ou do backoffice, que devem ser capazes de entregar valor a partir de seus próprios valores, transformando isso em rentabilidade.
A partir disso, e como dever das empresas, deve-se entender que ninguém dá o que não tem. Ficar claro que a jornada do cliente passa pela jornada do funcionário ou que a experiência do cliente passa pela experiência do funcionário.
A espiritualidade vem como uma alternativa para aumentar a autenticidade das pessoas através da identificação das suas sombras e do enfraquecimento ou queda de suas máscaras. Isso não é uma colocação pejorativa de que as pessoas são falsas, mas sim que essa é a natureza humana. Viemos a esse mundo para curar nossas feridas da infância e nos tornarmos adultos mais saudáveis e dispostos a vivenciar e servir a um propósito maior. Só assim isso poderá ser convertido em satisfação do cliente e aumento da rentabilidade.
Olhar para o funcionário como uma potencialidade que deve ser trabalhada em prol de todos, principalmente dele mesmo, é pauta para liderança. É sermos capazes de não exigirmos scripts porque as pessoas estarão genuinamente interessadas em resolver o problema dos outros. Não como uma obrigação, mas sim como uma alternativa de crescimento e bem-estar de quem serve. Assim fica claro porque fazemos o que fazemos e que vale a pena sermos capazes de proporcionar melhorias.
Gustavo Schechtel
Consultor e Instrutor de Treinamento na EFPG Consultoria e Treinamento

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